sábado, 20 de outubro de 2012

Dias, o maior marcador de Pelé!

Roberto Dias Branco (7/1/1943 - 26/9/2007), é tido por muitos como o maior zagueiro da história do São Paulo Futebol Clube e um dos maiores da história do futebol.

Era o craque do São Paulo na década de 60. Foram os anos amargos, pois como a prioridade era a construção do Morumbi, não havia grandes investimentos no time, além de ficar durante 13 anos sem títulos. O São Paulo, nessa época, era a 5ª força do estado (atrás até da Portuguesa), com um time modesto comparado ao Santos, Palmeiras, Corinthians e até a própria Portuguesa. 

Dias era zagueiro, mas tinha um futebol digno de camisa 10! Marcou 76 gols com a camisa do São Paulo, o que é um nº magnífico pelo fato dele ser zagueiro. Era o maior ídolo da torcida são paulina na época, além de ser admirado também pela torcida adversária. Fez gols memoráveis, como um de falta contra o Palmeiras, do meio da rua (o goleiro era Émerson Leão) e contra o Fluminense, no qual deu um chapéu de calcanhar no zagueiro adversário e mandou pro gol, de primeira (o que é uma pena não ter esse registro em vídeo). Era nome certo para a Copa de 66, mas foi cortado na ultima hora.

Apesar de toda classe, o que marcou a carreira de Roberto Dias não foram gols bonitos, tampouco conquistas (no São Paulo, conquistou apenas o Campeonato Paulista de 70), mas sim o fato de ter sido o MAIOR MARCADOR DE PELÉ! Palavras do próprio Rei do Futebol, em resumo: “Dias foi o melhor marcador que já tive, e o mais leal também”. Roberto Dias, por sua categoria, não era um jogador maldoso e marcava seus adversários na bola, e com Pelé não era diferente (até chapéu no rei do futebol ele dava). Nenhum zagueiro do mundo (incluindo Luís Pereira e Beckenbauer) conquistou tamanho respeito de Pelé quanto Roberto Dias...

Dias trabalhou no São Paulo até 2007, ano em que faleceu, na véspera do jogo São Paulo x Boca Jrs, pela Copa Sulamericana. O São Paulo venceu esse jogo por 1x0, e passou para a fase seguinte. Treinava categorias de base do clube, e como pessoa, era amado por todos seus companheiros, por sempre ter sido um homem alegre, simples e humilde.

Mauro Ramos, Daryo Pereira, Oscar, Válber, Ronaldão, Lugano, Miranda... Perdoem-me, mas o maior zagueiro da história do São Paulo foi ROBERTO DIAS!

História de Roberto Dias no site do Terceiro Tempo


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O futebol arte da guerra

O futebol é o esporte mais amado do mundo e desperta uma paixão sem limites nas pessoas. Por conta disso, virou um mercado "zilionário", no qual seus principais astros ganham milhões ao ano (alguns ganham milhões ao mês). A coisa mais rotineira hoje é ver os astros de futebol em propagandas na TV e em outdoors.

Tamanha paixão fez com as torcidas se organizassem e se tornassem as famosas (e perigosas) Torcidas Organizadas. Cada clube tem várias dessas torcidas, que fazem mosaicos, entoam cânticos, protestam e vão onde quer que seu time do coração esteja para torcer! Bem, a idéia referente às Organizadas deveria ser essa, mas sabemos que, na realidade, isso não condiz...

Adotou-se nas torcidas uma cultura de guerra! Muitas delas vão ao estádio pensando em confrontos, ora com a torcida adversária, ora com a polícia. Membros dessas torcidas praticam artes marciais e vão armados para o estádio (armas de fogo, armas brancas, bombas caseiras etc). Verdadeiros soldados, prontos para o combate! Deixaram de lado o verdadeiro objetivo, que é apenas de torcer, e centenas de vidas no país já foram ceifadas nesses confrontos monstruosos provocados por esses vândalos.

É impossível alguém querer ir com a família ao estádio sem ficar preocupado com isso. Um pai de família evita levar a esposa ou o filho para ver um simples jogo de futebol, por medo desses grupos de criminosos. Na verdade, qualquer pessoa de bem, seja casado ou solteiro, não quer ir aos estádios. E não para por aí, pois o que vemos hoje são os próprios jogadores, profissionais do clube e familiares dessas pessoas que são ameaçados quase que diariamente por eles. Até onde chega tamanha selvageria?

Como não lembrar o triste episódio ocorrido em 1995, num jogo entre São Paulo x Palmeiras, pela Supercopa de Juniores, onde presenciamos, ao vivo, uma guerra travada pelas torcidas! Foram cenas chocantes de pura selvageria e de vidas perdidas em vão, e pelo quê? Por uma partida de futebol (de juniores ainda...).

O que falta no Brasil é punição para esses torcedores que ameaçam a paz nos estádios. Não só aos torcedores, mas para os clubes também. Na Europa, quando os hooligans foram responsáveis pela morte de 38 pessoas, em 1985, na final da Champions League entre Liverpool e Juventus, a Inglaterra foi punida em 5 anos sem que seus times pudessem disputar torneios europeus. É preciso que haja mais empenho e severidade das autoridades com relação a essa questão, pois não podemos simplesmente aceitar que pessoas continuem morrendo por isso. Futebol não é Guerra, é ESPORTE!

O saudoso Sócrates (líder da Democracia Corintiana) disse uma vez que as torcidas organizadas têm poder para mudar o quadro político nacional. Realmente, como as manifestações dessas torcidas são mostradas para todo o país e também para o mundo, eles poderiam fazer isso acontecer. É uma pena que esse poder é usado para praticar e incentivar a violência...

Futebol Arte e Arte da Guerra... Duas artes, que jamais deveriam caminhar juntas!

*Texto publicado no BIGBLOG, que resolvi usar como abertura do BIGBLOG FC